sábado, 23 de abril de 2011





Acabei de chegar em casa e ver que as coisas não estão tão diferentes. Mas, que a minha vida já tem alguns quilômetros rodados. Chegando em casa e uma saudade enorme dos meus quinze anos, das promessas de uma vida linda que eu tinha pela frente. Uma saudade da casinha pequenininha daquela minha tia que eu quase nunca ia visitar, mas quando eu ia, eu me sentia melhor. Queria a casinha agora.
Pode ser que isso passe, tem que passar, não tenho como voltar nos meus quinze anos. Quando isso passar e o amanha chegar, quando eu entrar em casa e finalmente ver as coisas diferentes, serão mais quilomêtros rodados, zilhões de quilômetros.
Já escrevi tanto sobre as pessoas da minha vida, aquelas que me são realmente importantes, mas não me canso nunca de falar delas. Aquela que me acolhe quando eu chego de viagem. Aquele que vai me pegar na rodoviária com o sorriso mais largo do mundo. Aquelas que me recebem com o coração cheio de saudade. Tem aqueles que eu custo a ver, mas quando encontro eu me sinto bem. Tem aquele que apesar de dormir balançando a perna me faz feliz só por existir. Tem esse, aquele. Tão muitos e ao mesmo tempo tão poucos, tão especiais na minha vida, tão queridos, tão amados. Vocês não sabem, mas zeram a minha vida e os meu problemas sempre que estão comigo.
Eu quero pedir pra que vocês não tenham medo de mim. Eu não sei de muita coisa. Mas eu queria que isso que eu tô sentindo agora não durasse muito tempo, eu só queria chegar em casa e ver que as coisas estão mais bonitas, mais simples.
Acredite, vocês fazem com que eu veja as coisas assim, melhores mesmo. Eu queria que essa vontade de perdoar o mundo durasse.
Vocês salvam meu dia, minhas semanas. E salvar meus dias, ja são mais zilhões de quilômetros rodados.
Não tenha medo desse texto. Não tenha medo da quantidade absurda de carinho que eu quero te fazer. E de eu ser assim e falar tudo na lata. E de eu não fazer charme quando simplesmente não tem como fazer. E de eu ter ido dormir com dor na alma o final de semana inteiro por saber o quanto não posso te tocar. Não tenha medo de eu ser assim tão agora. E desse meu agora ser do tamanho do mundo.
Eu estou tão cansada de assustar as pessoas. E de ser o máximo por tão pouco tempo. E de entregar tanta alma de bandeja pra tanta gente que não quer ou não sabe querer. Mas hoje eu não odeio nenhuma dessas pessoas. E hoje eu não me odeio.
Eu tinha medo. Medo da vida. Mas hoje, eu não tenho medo de nada.
A única coisa que me assusta, é um dia eu perder qualquer um de vocês. Medo que de alguma maneira eu fique esquecida. Disso sim, eu tenho medo. Do resto, nada mais me assusta. Vocês enchem minha vida de estrelas. Se vocês puderem, não tenham medo.
Se você conseguir não ter medo, ja serão mais alguns bilhões de quilômetros rodados.


Anne Caroline

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